domingo, 28 de outubro de 2007

No dia em que cumprimentei o governador

Como aconteceu, eu não pretendo esquecer pelos próximos anos. Mas o dia, ao certo, eu não recordo mais.
Só o que lembro, era ano de 2006.
Um dia antes, todos já estavam sabendo sobre a nobre visita e se perguntavam se seria verdade, combinavam as roupas a serem vestidas e as cores da maquiagem.
Não era sabido o horário, apenas que os seguranças já haviam fiscalizado o local.
Passou a manhã, e também a expectativa.
No período da tarde, ninguém se importava com o cabelo despenteando, os lábios sem batom.
Termina as aulas, os alunos correm para suas casas e lá, ficam alguns poucos a retrucar o não comparecimento do ilustre senhor.
As pernas se esticam no sofá, o controle vai passando pelos canais.
Quando menos se espera, chegam câmeras, homens de paletó e ele.
Sempre tem alguém que corre para avisar.
A dúvida agora imaginava se era ele mesmo ou um sósia.
Vamos para o mesmo lugar, ver com os próprios olhos se por ventura, haviam mandado algum representante. Mas não, o próprio, em carne e osso.
Para fugir da filmagem, desviamos os passos para outra direção, pois chegara o instante do final da visitação. No entanto, não passamos despercebidos.
Vistos, e cumprimentados com um aperto de mãos. Particularmente, recebo um beijo no rosto inutilmente esquivando-me física e verbalmente do registro de imagens.
Irônico, responde à minha expressão contrariada, de que além de aparecer numa das maiores redes de comunicação visuais, ainda seria personagem, como atriz de novela.
A boca amarrada só sorria e por trás dos dentes serrados, a língua se contorcia ao ser inibida de pronunciar as poucas palavras que invadiram o pensamento. Foram ditas apenas a mim.
Foi assim, o dia em que cumprimentei o governador. Ficou a dúvida. Qual seria a reação, de ambos, se eu tivesse dito que seria um bom jeito de ser reconhecida a nível nacional e, sobretudo, ganhar mais?

Um comentário:

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira. disse...

Olá amiga Marcinha!
Há momentos que marcam nossas vidas, alguns são bons, outros maus e outros somente diferentes. De professora para atriz da grande mídia um passo grande você deu somente pela presença de alguém que ocupava um cargo. Nós vivemos numa aldeia global e todos somos personagens de multi-mídia, um dia você está no anonimato, o outro em evidência nos holofotes da fama.
Abraços
Silvério